terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Arte de escrever

 Pensar pra escrever? Escrever pra pensar? Por que tudo tem que ter uma razão para existir? E por que tudo tem que ser racional?

 Dizem que o poeta não pensa antes de escrever, mas o escritor sim. E se o escritor for poeta, o poeta jornalista e os três forem uma pessoa só?

 O bom senso e as circunstâncias costumam reger o ser humano em sua deontologia. Mas no seu hobby e na sua arte está implícita a exceção à regra. E quando esse ser triplo, múltiplo, esquece de ser ele mesmo, mesmo que seja mais de um, tudo pára, ele trava e a sua criação desanda. 

 Talvez pensar demais seja o problema. Na arte da criação, o menos pode ser muito mais. O autor se liberta quando não pensa no leitor, quando não lembra das regras, quando esquece que também é pai, filho, namorado, profissional, colega, vizinho e que pressupõe que tem alguma "valiosa reputação" a zelar.

 Medir palavras na hora da criação? Já fiz e faço muito isso. É um processo involuntário. Será que vem dos hábitos da profissão, do trauma da prova ou só das travas implícitas de uma mente que aprendeu a se limitar? Não sei. Pode ser tudo isso ou nada disso. Mas hoje não!

 Assim nasce a arte, a que eu gostaria de chamar de genuína, não que de outra forma seja falsa, mas se eu quiser achar eu posso, porque por ora, eu sou a escritora, poeta, jornalista e tudo junto. E como eu disse, o verdadeiro artista pode tudo quando se liberta, inclusive ser presunçoso.
    
  
   

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O preparo e a chegada do amor-próprio

     Quem é que não sofre por amor? E quem acha que é impossível amar novamente é simplesmente humana. Toda história tem seu início e fim, mesmo que o fim seja ser feliz com a pessoa amada. Mas toda história tem um fim.

     Gostaria de ser menos clichê às vezes, mas o clichê está em quase tudo, principalmente quando a escrita é consequência da emoção latente e imprudente que cerca alguns dos meus dias. Somos todos clichês, mesmo quando citamos poetas e filósofos franceses, alemães e brasileiros.

     Não fugimos do mais do mesmo porque seríamos menos verdadeiros, e o texto precisa ser autêntico porque senão seria dramaturgia, ficção, cinema ou drama barato sem tocar os corações.

     Ser feliz também é se permitir o sofrimento, afinal como se convencer de que está realmente bem agora se não conheceu a dor?

     Uma vez escrevi que o auto-amor ou o amor próprio como dizem por aí, é o verdadeiro e o único que pode satisfazer o ser humano. Não venho agora “desdizer”, nem me desmentir, mas o amadurecimento me traz uma nova face e menos regras para isso.


     Talvez seja mesmo necessário conhecer o amor por meio de qualquer forma e por quem for para poder torná-lo íntimo do seu ser e acompanhante da sua existência. E para quando o seu próprio amor chegar você não o estranhar.

domingo, 17 de agosto de 2014

Certo X Errado e a caridade moral

     O que fariam os que nada temem? O que fariam os que nada materialmente têm? Talvez nada. Mas acredito que as escolhas se dificultem exatamente por estas condições.
    
     Os que nada temem ou nada têm, têm muito mais a perder fazendo a escolha errada. Podem perder uma vida melhor, podem adquirir o medo que não têm e podem até serem felizes no final. Mas e aí, concordam comigo, caros leitores, que eles também podem estar vendendo suas almas?
  
     Somos todos inocentes até que provem o contrário, não é? Mas acho que também poderemos ser todos culpados por nós mesmos, principalmente, até que façamos uma escolha melhor.
 
     Decidir entre o certo e o errado é mais complicado quando não enxergamos e não temos uma educação clara durante a nossa vida e uma educação exemplar na sociedade em que convivemos. Como distinguir como boa ou má uma caridade material quando os votos dos nossos pais ainda são comprados? Como perceber a compra da nossa alma quando isso ainda acontece?
 
     Ainda assim, acho que nós, a humanidade, mesmo em vésperas de eleições, quando nos sentimos menores porque todos os nossos princípios são colocados em xeque, mesmo quando o nosso espírito se sente fraco porque colocamos a matéria acima dele (e não estou falando do nosso corpo), mesmo assim, ainda acho que temos uma essência natural inclinada para o bem. E espero que entendam que o momento político é apenas um exemplo oportuno, pois a discussão é sobre todos os tipos de vendas de alma.
 
     Somos todos filhos de um ser maior que independente da religião que cada um tenha, nos remete ao DNA de divindade que nos deixa. É um centelha que pulsa no nosso espírito desde o primeiro nascimento. E a minha certeza é que esta pequena luz brilhante é que reinará, mesmo que alguns de nós vendamos uma fração de nossas almas para sobreviver. Afinal, a Lei de Conservação nos garante, por um tempo, é claro! (ironia, ok?!)
 
     Então, meus amigos, leitores e irmãos de jornada, façamos um momento de caridade moral e tenhamos compreensão e tolerância por quem se desvia do caminho que sabe que é o correto e rezemos por nós que já sabemos qual é e insistimos em não seguí-lo.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Renato Russo e Cazuza: Fazer música é competência, transmitir ao próximo é um dom, permanecer atual é divino!

     Hoje, pensando nas coisas, no mundo, na vida, percebi que o que há entre nós é apenas facilidades e obstáculos. É apenas uma questão de ponto de vista!
     Escutando Renato cantando Cazuza a inspiração não falta, mas também vêm muitas reflexões e a maior delas é: Viva!
     Porque estes caras souberam viver, talvez não tenha sido da melhor maneira, mas o que coube a eles (arte), fizeram bem, muito bem!
     Falaram muito mais do que estavam capazes de escutar na época, falaram o que tiveram ao seu alcance com muita sofisticação nas letras e requinte nas músicas. E mesmo que faltasse o requinte, não teria problema, porque eram artistas natos e devemos a eles o agradecimento de ainda termos MÚSICA para escutar.
     Minha homenagem e agradecimento de hoje vai para esses caras, que souberam cantar e sabiam o que estavam fazendo. 
     Fazer música é competência, transmitir ao próximo é um dom, permanecer atual diante de várias décadas é divino! 
     

sexta-feira, 29 de março de 2013

Páscoa! Momento de renovação!

     Hoje, depois de muito tempo sinto a necessidade que vem do fundo da minha alma para escrever. 
     Vou tentar não expor meus últimos dias porque envolveria a terceiros e não vem ao caso, mas o que vem neste momento como necessidade de mostrar aos meus leitores e primeiramente a mim mesma é o que vem me tocando nesta sexta-feira santa. A vontade de me renovar!
     Somos todos errantes, não gosto da palavra "pecador" porque traz a lembrança da culpa, e é o que menos precisamos lembrar nesta nova oportunidade que é a vida, uma vez que a culpa paralisa o homem e não deixa que ele siga em frente. 
      Precisamos celebrar a vida da melhor maneira, como diz o poeta "...é preciso saber viver", tarefa difícil, uma vez que temos o manual de instruções trazido pessoalmente há dois mil anos e alguns anos depois através da psicografia dos evangelistas. E mesmo assim, ainda resistimos, não apenas porque não queremos, porque muitos de nós querem muito, mas porque ainda somos imperfeitos e a imperfeição soa como uma tentação maior neste plano. 
      Entre as muitas moradas do pai, a nossa belíssima Terra ainda é muito tentadora, principalmente para quem luta contra as tentações, mas com certeza a pior delas está no nosso íntimo, nas nossas más inclinações. Mas hoje percebi que a mudança pode se dar com muitas muletas, terapias, ajuda de amigos, ajuda espiritual, mas ela realmente só se dá quando parte do personagem principal da história de cada um. Nenhuma das muletas fazem sentido ou diferença se a necessidade da mudança não vier diretamente do seu coração. 
       Por isto, amigos blogueiros e leitores, aproveitem esta semana para reflexão, estou na minha há alguns dias e espero encontrar o caminho, retiro o primeiro verbo, espero não, estou buscando.
       Abraço e feliz Páscoa a todos, não espero que achem este texto o melhor deles, até porque não é. É apenas um desabafo da minha alma e como sabem, quando as palavras começam a transbordar, preciso rabiscá-las.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Noite de cinema e críticas

     Noite de cinema! "A viagem", dos mesmos criadores da trilogia "Matrix" e "A vida continua" da obra de André Luís psicografada pelo Chico. O que há em comum? Várias coisas, mas o que mais me chamou a atenção entre os mais variados conceitos do Espiritismo, foi a Lei de Causa e Efeito.
      Mesmo tendo misturado ficção com premissas espiritistas no primeiro filme, fico feliz que a cultura norte-americana esteja começando a colocar em evidência a possibilidade da vida após a morte. Será que a crise os afastaram um pouco mais do capitalismo? Bom, se os afastaram não sei, mas que os aproximaram dos mistérios da vida, acho que é evidente. Afinal, dar atenção a uma temática como esta com uma superprodução já é uma justificativa.
      Não vou entrar nesta questão porque senão escreverei uma tese, mas o que mais me intriga é a perfeição da nossa trajetória na Terra, os fatos se entrelaçando, vidas se esbarrando e personagens que se reencontram o quanto for necessário para que resolvam as pendências, sejam elas boas ou más, créditos ou débitos adquiridos ao longo do caminho da eternidade. 
      Fico feliz ao ver nas telas os famosos deja vú(s) sendo explicados de outra maneira que não científica, fico feliz que a humanidade esteja abrindo os olhos para olhar além do que o físico permite e fico muito feliz que este tema já não seja tão tabu como antes. Finalmente estamos evoluindo, apesar de todos acharem que estamos no fim, vejo que é realmente uma mudança de estado, apenas uma transição que a Terra está passando. A separação do joio e do trigo para um mundo melhor. 
      Frases que não me saem da cabeça, "o que fazemos agora é o nosso futuro" (A viagem), "não temos como fugir da lei de causa e efeito" (E a vida continua). E a segunda lei de Newton não descorre sobre Ação e Reação? Será que alguma semelhança é mera coincidência ou é a confirmação da frase de Confúcio que diz que "pouco de ciência nos afasta de Deus e muito dela nos aproxima dele"? Fica a reflexão para os que crêem e para os que dizem, "sou ateu, graças a Deus"!

sábado, 3 de novembro de 2012

Desperdícios e felicidade relativa

          Amar a quem te amas é fácil, amar a quem você suspeita que talvez nunca tenha te amado não é tão fácil assim, mas amar sem nenhuma destas certezas ou expectativas é divino.
          Faças o que o teu coração te mandas, não desperdice tempo com o orgulho, com o que foi ferido, talvez tenha consciência disto e por esta razão uma vida inteira pode ser desperdiçada. Pode compor um cenário de mágoas e tristezas que não cabem mais neste momento da tua evolução.
          Suba os degraus, vá longe, vá ao máximo que te mandem ir, mesmo que nos momentos mais difíceis te mandem para um lugar muito abaixo. Demonstre sua superioridade com felicidade, não forçadamente, mas porque você realmente está e é.
          Concordo com a doutrina espírita quando diz que a felicidade não é deste mundo e que é algo transitório neste momento para todos nós, mas também concordo que vá além, que suba o patamar da matéria. O estado de espírito "feliz" não está somente relacionado à vibração de um planeta imperfeito, mas também a de um espírito (ser) que queira viver seguindo às Leis maiores, às leis de amor.
          Não julgo religiões, crenças, dogmas e percepções, mas discuto o amor e ele está envolvido em todas estas relações e em todos os momentos que percebemos a ausência dele. E sempre que isto ocorrer, irei discutir tudo isto e mais um pouco.
          Sejamos humanos e não somente juízes, sejamos coração e razão e não apenas um ou outro, sejamos nós mesmos, presentes ou não, mas principalmente autênticos com uma pitada de divino. Aí sim, seremos mais felizes, mesmo que relativamente!

sábado, 15 de setembro de 2012

Inspirada em Clarice

          Hoje estava escutando a entrevista da Clarice Lispector de 1977 e ela falava sobre o ato de escrever e sobre o seu isolamento. Do excesso de rótulos feitos pelos outros, pelo cansaço de si mesma e do renascimento a cada obra e morte ao fim delas. 
          Fala dos escritos que rasga por raiva e da incompreensão de não entenderem suas palavras, mas o que mais me intriga em toda a sua entrevista é que mesmo com toda a sua humildade de talento demonstrada pela revolta dos próprios escritos continuava a escrever.
          Tão bom seria se todos que se revoltam, que estão insatisfeitos com o mundo que habitam, escrevessem, se usassem o isolamento para criação, pelo menos não contribuiriam com a massa de baixa energia que emanam para a mãe Terra. Mas isto ainda é utopia no atual cenário (mesmo que para os letrados cenário só diga respeito ao futuro).
          Clarice também fala das máscaras que as pessoas usam, não acho que seja tão negativo o uso delas, a questão é, qual máscara escolher e para qual fim? Se o objetivo for na intenção de somar, que encham de brilho e apetrechos enriquecedores as suas.
          Como escrevi no texto "A solidão é nosso strip-tease", é nela que o ser se mostra, é ele mesmo, então que seja de maneira produtiva, numa curva crescente de melhorias e evolução, de reforma íntima e externa para com o mundo. A Terra merece isso e o ser vivo aqui neste momento também. 
          Então, meu conselho de hoje é: a cada insatisfação acrescentemos algo, expressemos de maneira artística ou não o que temos de melhor em nós mesmos, porque com certeza uma luz será acesa e pode ser que ela ilumine muito mais do que imaginamos e se não for de muito alcance, com certeza já será o suficiente para clarear o nosso redor.
           

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Florescendo em novo ano

     Novo ano! Belo momento para novos planos, mas o melhor do "novo" está em planejamentos diferentes para velhos planos.
     Gosto deste encantamento que antecede o aniversário terreno, mas o melhor disso tudo é saber que ele existe, e se aparece em um dia, se mostra possível para todos os outros que restarem. 
      Levemos os bons momentos, a felicidade, as boas lembranças conosco, mas não esqueçamos os ruins, as angústias e decepções, precisamos delas também, afinal o que te lembrará do que te deixou forte e vivo até hoje? 
      Olhemos mais as árvores e os jardins, toda a natureza tem as suas fases e esperam pacientemente o momento certo de florescer, então, por que sermos tão ansiosos sabendo da perfeição do Universo, tudo que é na essência um dia desabrochará, e o que não for não desperdiçará o nosso tempo tentando ser. 
       Cresçamos com o passar dos anos, dos dias e das horas, porque cada segundo é valioso e não vamos querer gastá-lo com a ociosidade, ela apenas ocupa um espaço que deve ser ocupado pelo seu amor por você. 

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Paciência

          Paciência. Muitos dizem que é uma virtude que já vem como característica nata em alguns humanos. O problema é que a maioria interpreta como verdade absoluta, irrefutável e imutável. E esquecem que como diz Heráclito, filósofo grego, a água que corre o mesmo rio não é a mesma no fim dele, o rio corre e toca-se outra água, "tudo flui, nada persiste, nem permanece o mesmo".
          Tudo muda na vida e o melhor dela está nesta mudança, principalmente quando nasce de uma crítica produtiva. Mas este adjetivo também está ligado aos olhos de quem a  recebe. Estamos todos à mercê das próprias interpretações, basta apenas um filtro e uma pitada de bom senso para melhor interpretar.
          As questões humanas sempre foram muito complexas porque o ser pensante sempre esteve em constante processo de mudança de pensamentos, um turbilhão de emoções e fatos externos que os influenciam. A perda de si mesmo está quase sempre ligada a isto tudo. 
          Acredito que a chave de todo o crescimento está no próprio ser, na preservação da essência diante de todas das interferências do mundo e na disposição de ceder, seja ao outro e/ou a si mesmo, mas tendo sempre como aliado, o tempo e a paciência.